A gestão de resíduos eletroeletrônicos no que se refere ao avanço das pautas de sustentabilidade e das questões climáticas é multidimensional e exige ações nos eixos ambiental, social, de governança e também no econômico, de produção e criação de meios de vida sustentáveis. As interações entre estas duas pautas, podem ser classificadas como positivas – onde a ação em uma provavelmente reforçará metas da outra – ou negativas – onde pode haver um conflito potencial entre elas [1].

Neste cenário dinâmico, é importante desenvolver a capacidade de  avaliá-lo de modo integrado, dando visibilidade a seus fatores críticos, promovendo uma coerência das ações, maximizando o alcance simultâneo e mais eficiente de seus vários objetivos e minimizando riscos.

Visando tangibilizar e sensibilizar quanto a relevância do entrelaçamento e potencial impacto das pautas acima – nas quais uma ação pode ter desdobramentos não facilmente identificáveis – apresenta-se a seguir uma adaptação da abordagem proposta em [1], a luz dos dados fornecidos no “The Global E-waste Monitor 2020” [2]. Partindo-se de uma ação de mitigação climática que implementa uma meta de um tópico importante para ambas as pautas consideradas, é mostrado como ela impacta e é capturada em em termos das metas e quantificadores específicos associados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

É importante ressaltar a urgência da transição para a economia circular e a utilização de materiais sustentáveis, derivados de fontes renováveis e que apresentem impacto mínimo para para o meio ambiente e a sociedade na sua extração e (re)incorporação aos processos produtivos. Por suas características físico-químicas particulares, e por ser o tipo de resíduo que mais cresce no mundo, aqui mais que nunca é preciso a aplicação dos 5Rs: Reduzir, Reciclar, Reutilizar, Recuperar e Reintegrar.